Historicamente, a América Latina foi o berço do populismo. Tido como uma experiência não totalitária de fascismo, o populismo encontrou na América Latina o solo fértil para prosperar. Inúmeras lideranças, dos mais diversos países do continente, recebem esse atributo. Entretanto, no que se refere ao populismo digital, o pontapé inicial foi dado no norte do planeta. É possível sinalizar Donald Trump como a primeira e mais emblemática liderança populista digital. Isso não quer dizer que a expansão dos movimentos populistas não tenha chegado à América Latina. Lideranças como Jair Bolsonaro e Javier Milei são exemplos contundentes disso. Usando estratégias peculiares de comunicação digital em massa, essas lideranças põem em questão as principais regras que constituem o jogo democrático, a saber, (1) alternância entre governos, (2) liberdade no processo de escolha eleitoral e (3) respeito aos outros poderes constituintes. Essa ruptura para com as regras constituintes não apenas desestabiliza as instituições democráticas, mas também, abre espaço para a construção de uma nova forma de vida coletiva, a forma de vida populista composta por uma visão de mundo populista. Nesse sentido, compreender o populismo digital é mister no tocante aos esforços para salvar a democracia. Esses esforços são ainda mais relevantes no caso das democracias da América Latina, que passam por constantes processos de desestabilização.
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